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quinta-feira, abril 18, 2002

COMPLEXIDADES DINÂMICAS


Este texto tem por finalidade reforçar a importância do pensamento relacional na construção de análises sociológicas de preocupações universais.

A citação a seguir servirá para iniciarmos o processo analítico:

“O homem hoje em dia desenvolveu para tudo que costumava fazer com o próprio corpo, extensões ou prolongamentos desse mesmo corpo. A evolução de suas armas começa pelos dentes e punhos e termina com a bomba atômica. Indumentária e casa são extensões dos mecanismos biológicos de controle da temperatura do corpo. A mobília substitui o acocorar-se e sentar-se no chão. Instrumentos mecânicos, lentes, televisão, telefones e livros que levam a voz através do tempo e do espaço constituem exemplos de extensões materiais. Dinheiro é meio de estender os benefícios e armazenar o trabalho. Nosso sistema de transportes faz agora o que costumávamos fazer com os pés e as costas. De fato, podemos tratar de todas as coisas materiais feitas pelo homem como extensões ou prolongamentos do que ele fazia com o corpo ou com alguma parte especializada do corpo”.
(Edward t. Hall, The Silent Language, pág. 79)
...” pag. 22.
Marshall Mcluhan


Complementando este pensamento, é necessário dizer que essas extensões tecnológicas também se produziram para o cérebro em sua função principal, que é a de interpretar o mundo através dos sentidos. Dessa forma criou-se máquinas pensantes de controle e de comunicação à distância. Nos encontramos hoje mergulhados num mundo bárbaro-maquínico, de interfaces simbióticas de controle remoto.
O homem, que definia o mundo principalmente pelo que via, pelo que era palpável, o mesmo homem que antes respeitava o invisível com louvores divinos, agora mapeou todas as frequências de onda que compõem a atmosfera terrestre. Somente através deste domínio é possível a comunicação via satélite, o celular ou mesmo o velho rádio de pilha.








“...As transformações tecnológicas nos obrigam a considerar simultaneamente a homogeneização universalizante e reducionista da subjetividade e uma tendência heterogenética...” pág.15

Felix Guattari




No cérebro humano gerou-se uma cachoeira de conceitos que percorre todo o universo semântico da realidade individual, fazendo o sujeito crêr em novos paradigmas e quebrando verdades inquestionáveis. Os tabus quebrados como “efeito dominó” e numa velocidade cada vez mais absurda, faz o homem voltar seus olhos para um futuro imediato, um lapso de futuro. Esse bombardeio de novidades imagéticas ofuscam sua memória profunda deixando toda a massa humana sob controle dos que governam o presente e o futuro imediato.
O aqui e o agora, o é ou não é, o ou vai ou fica.
A cada momento toda a sociedade , impregnada deste ranço imediatista, grita nos ouvidos do indivíduo, exigindo dele uma ação, não uma ação pensante, mas uma atitude física, um movimento, algo que ajude alguém a completar uma tarefa ou executar um serviço. Essa pressão inquietante, com tons emergenciais, faz com que se percam na mesmice do cotidiano reproduzindo com satisfação aquilo que o futuro não deixa ver.


“...Pensar em multimídia implica se ter noção do movimento fluido de um meio para outro, dizendo a mesma coisa de maneiras diversas, invocando um ou outro dos sentidos humanos...” pág. 74


Para cada um dos sentidos humanos desenvolveu-se uma extensão maquínica. Para os olhos as câmaras (com suas lentes fabulosas) ou as portáteis lentes de contato. Para os ouvidos radares ultrasônicos. Para o tato scanners 3D. Para o olfato e paladar é que não se achou muitas funcionalidades, posto que são processos psico-químicos e agem dentro de ramificações neurais e ligações sinápticas. Mesmo assim existem interfaces maquínicas que podem a partir de determinados comportamentos gerar determinadas respostas neuro-sensoriais.


“...Esse exemplo de “multimídia” envolve a tradução de uma dimensão (tempo) para outra (espaço). Um exemplo simples é quando a fala (pertencente a esfera acústica) é transcrita para o papel impresso ( a esfera do texto), coma pontuação dando alguma indicação da entonação...” pág. 75


Esse trecho mostra bem a multiplicidade subjetiva potencial humana, nos joga num turbilhão caótico de possibilidades, cada uma com seu grau relativo de realidade.
A complexidade do real nos leva a mencionar um ditado popular que diz que “uma imagem vale por mil palavras” mas não nos deixa esquecer que existem palavras que - reforçadas pelas circunstâncias - valem por todas as imagens.
Tudo isso nos leva a crer num conceito socialização construtiva, pensada e programada. Mas não limitada, não territorializada. Uma socialização coletiva preocupada com o todo. Mas algo impede essa socialização. A socialização através da disputa, do desafio, da glória, do desejo de poder parece ser muito mais instigante e produtiva. Pensar em ócio criativo é falta do que fazer. Vivemos um mundo complicado. Aberto por um lado e fechado pelo mesmo lado. Uma complicação sem fim, insolúvel, mas digna de compreenção.



“...todo o modelo econômico da fixação de preços nas telecomunicações esta para desmoronar. As tarifas atuais são cobradas por minuto, por milha ou por bit –medidas todas que estão se tornando rapidamente fictícias...” pág. 78

“...O relógio de pulso é o exemplo mais óbvio. É certo que ele vai se transformar de mero relógio que é hoje num centro móvel de comando e controle amanhã...” pág 199

Nicholas Negroponte



“...Ainda hoje é impossível determinar com exatidão quando e como surgiram esses evangelhos, uma vez que se desconhecem os originais e que não há indícios de que esses originais tenham, efetivamente existido. Nem mesmo uma data aproximada lhes pode ser conferida, tal o grau de incerteza. Os resultados da ultima pesquisa realizada nessa área indicam que o evangelho de Marcos foi escrito pouco antes de 70 d.C.; logo depois, o evangelho de Mateus; e o evangelho de Lucas, entre 75 e 80 d.C. Outros evangelhos surgiram pelo ano 100d.C. Quanto ao evangelho de João, parece não ter sido escrito antes das primeiras décadas do século 2...” pág. 31

“...Ainda que possamos dar uma explicação aos milagres realizados por Jesus, o fato de seu corpo ter simplesmente desaparecido no ar e, segundo a Bíblia, ter sido levado ao céu, é inacreditável!...”pág. 39

Holger Kersten



domingo, abril 14, 2002

pode ou naum...


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